Eu quis dar uma cidade,
a chave dos segredos maravilhosa
desta cidade.
Quis dar o Recife e suas pontes
seus rios e toda alegria possível
quis dar. Dar de presente. Toma,
a cidade é tua.
Dei.
O que eu não imaginava
era que perderia um mundo
Dentro do mundo, minha própria
cidade. Perdi os habitantes todos,
as pontes, os rios e toda alegria possível.
Meu barco encalhou num lamaçal
fétido. É noite, As rhizophoras escondem
qualquer ponto de luz e não há estrelas.
Mas dei a cidade. Sei que dei.
Dei a cidade e amores
Dei a cidade e amores
os meus. Toma,
são teus.
Não me sobrou nada?
finquei esperanças na lama negra
do mangue. E deitei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário