quarta-feira, outubro 16, 2013

Ávido de nascer ave
voou breve no colo dos sonhos

Morrendo breve no colo dos sonho
voou ávido no colo dos anjos.

sexta-feira, outubro 11, 2013

Batatinha Frita 1, 2, 3!

Sorvete colorê, batida salve todos.
Golô o ovo, pé repete
O elefante é de que cor? pega congelô.
Primeiro de roda, pega cocorô.
Fulaninho atras do poste
Não vale, falei primeiro.
Adedonha, zerinho ou um
Corre, é quem chegar primeiro.

Censou.

segunda-feira, setembro 09, 2013

Tentando ser uma pessoa que não é
Pra ir para um céu que não existe.

sexta-feira, setembro 06, 2013

Como perder tempo
Com o relógio amarrado na braço?

Como amarrar os ponteiros
Pra desamarrar os sapatos?

Entre os ponteiros e o vidro
Vácuo

quinta-feira, setembro 05, 2013

Tiros.
Ouvi tiros pela janela.
Meu coração nem disparou.
Medo.
Medo de não me impressionar mais.

quinta-feira, agosto 15, 2013

þrá

É desejo e saudade
Amor e iniquidade,
Soberba liberdade,
De quem outrora
Se viu livre pra voar.
Tatuei teu nome em mim
Com a cor da minha pele.

quinta-feira, agosto 01, 2013

Sentado na beira do rio ele lia os novos contos de Charlote Cadense. Seus cabelos, em cuia, voavam perdendo a forma recorrente. Dançava na lisa pele. “Corredeiras desciam a cordilheira. Cadentes cofres de cintilantes cores. Corvos.” Não gostava da maneira que Charlote usava as palavras. Mas lê-la lembrava-o do seu passado. Sim, seu passado distante. Um ano, apenas. Não era de se espantar, Pedro tinha 16 anos. Um ano é uma vida.

sexta-feira, junho 14, 2013

Husserl e Sartre conversavam num café de Basileia.
Sobre o que conversavam?
Sobre o gosto bom do café naquela tarde.
Minha vontade é de chorar ao ver o modelo de policial que temos.
Mas a lagrima seca em desgosto e vira cuspe. Escarro.
Hoje eu tive um lindo passeio por Recife.
Que caminhada gostosa!
Na praça de Santa Izabel começamos a cantar. 
Tendo o coração vazio sabiá canta tambem. 
A rua da Aurora foi cumplice de outro dueto.
Ninguém, ninguém, verá o que eu sonhei. 
Só você meu amor.
Ninguém verá o sonho que eu sonhei.
Sentando em um banquinho na esquida na Ponte Princesa Isabel com a Aurora
Vi fusquinhas passarem com pessoas lindas.
Pela ponte cantamos mais e fomos cantando, sonhando e amando.

Que noite maravilhosa.
É tudo tão lindo e tão terrivel.
A lágrima rola no riso sem contradição.
Essa cidade é louca.

quarta-feira, maio 22, 2013

Inspiração

Um dia perguntaram a um grande criador:
-De onde vem a inspiração?
-Vem de tudo - respondeu calmamente - de todas as coisas que estão ao seu redor, que entram em contato com você, que participam com você da vida.
-Então a inspiração está no ar? - Perguntou o curioso, com um leve tom afirmativo.
-Não, não está no ar. - respondeu claramente o criador e continuou - O ar por si só não é nada. É só o ar, sendo ar. Mas quando eu respiro, quando ele enche meus pulmões de vida, e que oxigena meu corpo e cerebro. Isso sim é inspiração. Só depois disso tudo vem a expiração, que é tão importante quanto a inspiração. Do contrario morremos inflados.

sexta-feira, abril 12, 2013

Vestuário

Cadarço a amarra-lhe os pés.
Gravata a enforca-lhe a voz e o folego.
Relógio a algema-lo num tempo alheio.

Não esqueça-se de apertar bem o cinto,
diafragma solto é problema na certa.

Abotoe calmo sua blusa,
lembrando a cada botão:
"As roupas da lavanderia chegam em breve."

terça-feira, março 12, 2013

No final, somos só nós e nós mesmos.
Ao lado, a angustia, tão sempre desprezada
mas sempre ao lado, sempre presente.

Mas amanhã, mesmo assim, o Sol nascerá
E a angustia, fera sem pálpebras, esperará
o derradeiro momento da inércia do sono
para lembrar-lhe:

"Estou aqui, tenha um bom dia."

segunda-feira, março 04, 2013

Todas as auroras já não brilham mais
Tantas outras não brilham ainda.

domingo, março 03, 2013

Dancei ciranda na chuva
Chovia ciranda na nuca

domingo, fevereiro 17, 2013

Doce caligrafia

Ah se eu pudesse escrever o que eu sinto.
Seria escrito em uma língua diferente da que eu entendo.
Mas seriam letras lindas, palavras de doce pronuncia.

Em uma caligrafia fina e tremula,
escreveria palavras fortes.
Finas linhas e profundos sulcos no papel,
daqueles que sentimos ao passar os dedos.

Lindos floreios e borrões
espalhando a tinta por todo o papel,
formando desenhos inexprimíveis

Letras de mulher, com força masculina

Rasgos no papel, da afiada caneta esguia
O que será dessa carta.

O cheiro metálico da tinta é sentido por quem lê
Relembrando desgostosos acidentes do paladar à caneta

Se eu pudesse escrever o que eu sinto
Escreveria palavras indiscretas de leitura pesada
e dicção dificultosa.

Ah, se eu pudesse me escrever em papel molhado de pingos salgados e doces risos.

quinta-feira, fevereiro 14, 2013

Fora de nós, tudo é palavra.

quarta-feira, janeiro 02, 2013

Feliz é a espuma, que flutua em bolhas cadentes no mar da imaginação.