quarta-feira, agosto 17, 2011

Canto #1

Oh, teu peito madrigal, ópera do meu desassossego
Cantei desesperanças à solidão
Mas me vieste tu. Não a flor no deserto, entre rochas proféticas
Mas um jardim no olho da floresta ardente entre arvores maestrais
És o jardim, a floresta e o canto majestoso dos pássaros
É cheiro, cor, Cassandra, colírio, dor, prestigio e desassossego
Pressão real da pulsação do meu peito
És real e denso como a carne que evita, diariamente, ser devorada pelos dentes diurnos, soturnos e idolatrados do cotidiano esfumaçado, pedregoso e asfaltado, mas que no fim da noite reina absoluta e imponente na junção dos corpos suados e insatisfeitos de paixão e luxuria.

terça-feira, agosto 16, 2011

Eu me perco na inércia do desapego.
não no sentido de não me achar,
mas no sentido de não me empregar

não me arranhar.